O prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), disse que cerca de 90% dos prefeitos baianos que apoiaram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última eleição estão enfrentando dificuldades no estabelecimento de um diálogo construtivo com o atual governo federal. O ex-presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) abordou, ao site Política Livre, as prioridades de prefeitos baianos ao buscar interação com o governo. O principal foco, segundo Cocá, é deter a constante diminuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que gerou considerável descontentamento e até decepção entre os gestores que apoiaram Lula.
A necessidade de recuperar as perdas passadas também está entre as demandas. Cocá ainda ressaltou a importância de agir rapidamente para que a bancada federal baiana impulsione o projeto de redução da contribuição previdenciária (INSS) para os municípios, atualmente fixada em 22,5%.
Juntamente com outros prefeitos, ele recentemente esteve em Brasília para defender essas demandas, porém, até agora, o governo Lula não deu uma resposta positiva. “Aprovamos a proposta lá em Brasília de que as prefeituras parem agora no dia 30 de agosto em todo o Brasil. Já há a adesão de prefeitos em oito estados, inclusive na Bahia. Jequié vai aderir. Se não pressionarmos o governo federal a acordar, vai ter mais município atrasando o pagamento da folha salarial dos servidores”, disse.
O prefeito de Jequié também não poupou críticas à abordagem adotada pelo ex-prefeito ACM Neto, do União Brasil, a quem havia apoiado nas eleições anteriores. “Depois da campanha, [Neto] foi um cara com quem nem nunca falei mais, vou dizer a verdade. Acho que Neto se distanciou, o que foi um erro dele, isso de se afastar das pessoas que votaram com ele. Nunca ligou, nunca respondeu, nunca procurou ninguém”, disse.
“Perdeu ou não perdeu, tem que agradecer quem votou com ele, reunir o grupo. Só vejo um desenho de que isso pode acontecer agora, mas o fato é que não aconteceu. Meu diálogo com o União Brasil tem se dado no plano municipal e por meio do deputado federal Leur Lomanto Júnior, que é do partido e foi o mais votado em Jequié em 2022 com nosso apoio”, acrescentou Cocá.
Cocá compartilhou sua perspectiva sobre a possibilidade de retornar à base governista. “Hoje eu me considero muito independente, como meu partido. Muitas figuras me chamam e eu converso, mas converso junto com meu partido. Quando rompi, fiz isso seguindo o meu partido. Se houver um trabalho de aproximação do partido, vou conversar também. Caso não tenha, vou tocar meu mandato independente e vou para a reeleição independentemente de governo ou não”, salientou. (Fonte: Tribuna da Bahia)
