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“Achava que ia morrer”, diz ex-moradora da região vítima de disparo na França

A servidora do INSS, Cristiane Tavares, de 36 anos, vítima de um atentado na França, junto com seu esposo falou sobre o acontecimento. “Pensei que se tratava de um ataque terrorista”, contou ela em entrevista à Rede Bahia.

“Recebi um tiro nas costas. No primeiro momento pensei que se tratava de uma descarga elétrica porque teve um clarão muito forte. Mas eu senti como se tivesse um estado de choque no corpo. Não identifiquei como tiro porque teve um clarão. Aí eu entrei para casa, no apartamento que fica no segundo andar, em um bairro bem tranquilo daqui”, relata Cristiane, que morou em Vitória da Conquista.

Com o marido ferido, Cristiane diz que percebeu tratar-se de um ataque. Então ela correu e trancou a porta logo que o homem deixou o apartamento do casal. Só depois ela descobriu que o autor dos disparos era um vizinho dela que, conforme relataram os policiais, tem transtornos psiquiátricos.

“Pedi socorro e tranquei meu filho no banheiro. Meu marido já estava no chão, em estado já grave, sangrando, mas ainda consciente, e aí eu fiz essa barreira na porta do banheiro com meu filho lá dentro. Achava que ia morrer naquele momento, vi que já tinha começado mesmo a sangrar, já tinha me dado conta que era mesmo um tiro”, diz.

Para que o filho não fosse atingido, Cristiane disse que sentou-se com a criança de quatro anos debaixo da pia, longe da porta e ligou para a polícia.

“Ele [o atirador] voltou [no apartamento] e deu o terceiro tiro na porta. Ele queria entrar, mas não conseguiu. Entre esse período do terceiro tiro, a polícia chegou. Meu marido também conseguiu se arrastar até a janela para falar com a polícia. Foi tudo muito rápido, mas assim, tudo muito terrível”, conta.

Atirador era vizinho – Cristiane descobriu, por meio da polícia, que o homem que efetuou os disparos é francês e morava no andar de cima do prédio dela, mas ela nunca tinha o visto.

“Ele era novo no meu prédio. Ele já estava observando a gente. Não sei porque ele teve a gente como mira. Somos uma família, viemos para a França para estudar. É uma coisa incompreensível”, lamenta a jornalista.

Ela ainda conta que se surpreendeu com a forma que o homem foi preso e o descreve como uma pessoa fria.

“Quando a polícia subiu, entrou no apartamento dele, ele estava sentado na mesa, com a arma do crime, munições, alguns outros tipos como faca, canivetes, não sei exatamente, parece que tinha uma espingarda também. Ele estava sentado na mesa tomando café. Eu lembro que no momento em que ele entrou em minha casa, para dar o segundo tiro no meu marido, ele olhou para mim. Ele riu e olhou para meu filho”, diz.

Cristiane relembra outros detalhes do ataque. “Aquela arma, depois que fui entender, precisava ser recarregada várias vezes. Ele não tinha munição para dar o tiro no meu filho. Ele voltou para o apartamento dele para recarregar. Acredito que aquele terceiro tiro que ele deu na porta seria destinado para meu filho”, disse.

A jornalista disse que está recebendo apoio de hospitais e de toda a comunidade da universidade de Toulon, assim como de moradores. Informações do G1.


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