O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode pagar até o dobro do valor atual da ajuda brasileira a partir do ano que vem. Além de se referir à retomada do Bolsa Família e confirmar a preservação dos juros em R$ 600, o petista quer criar mais R$ 150. O complemento será concedido a famílias de crianças menores de seis anos beneficiárias do programa. Olhando para uma casa com três crianças menores de idade, apenas o aumento seria de R$ 450. O valor é superior ao benefício básico da ajuda brasileira, hoje de R$ 400. Os que atualmente são aprovados recebem R$ 600 mensais, mas o valor só foi garantido até dezembro e não foi incluído no orçamento que Jair Bolsonaro (PL) enviou ao Congresso. Assim, o valor oficial é de R$ 400.
É importante lembrar que os cálculos acima são hipotéticos, pois o governo ainda não revelou as regras para receber mais R$ 150. Na prática, pode determinar-se que todas as famílias só terão direito a um aumento, independentemente do número de filhos menores de seis anos que compõem o aumento.
O documento permitirá a criação de gastos extrateto para apoiar a continuidade do Bolsa Família de R$ 600 e mais R$ 150, além de outras promessas de campanha. Para aprovar essas votações, Lula precisa de três quintos dos votos das duas casas do Congresso.
As negociações são lideradas pelo vice-presidente eleito Geraldo Alcmin, que é o coordenador-geral da equipe de transição do Partido dos Trabalhadores. Em entrevista coletiva, o relator-geral de Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que o documento deve ser facilmente aprovado.
“Acho que está passando tranquilamente e vou fazer uma previsão aqui: a PEC será aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado. Imagina um representante do povo, um deputado federal ou um senador votando para tirar de pessoas que recebem R$ 600 e sacam R$ 200?”, disse.