Depois de quase dois anos sem partido, após ruptura com o PSL, sigla pela qual se elegeu presidente da República, Jair Bolsonaro está acertando seu retorno ao PP, partido que lidera o centrão e por meio do qual ele iniciou sua vida política. Nesses quase 24 meses, o presidente tentou criar do zero uma legenda, a Aliança pelo Brasil, mas não conseguiu. Dirigentes do Progressistas afirmam que, a filiação pode acontecer a qualquer momento, basta Bolsonaro bater o martelo para se filiar.
Como base de sustentação política do governo no Congresso, o centrão tem o PP na linha de frente da aliança. No partido estão o presidente do PP e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL).
Hoje, segundo integrantes da cúpula do PP, 90% dos diretórios estaduais da sigla concordam em receber Bolsonaro. A maior resistência está no Nordeste, principalmente na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia. Mesmo assim, segundo Ciro Nogueira, isso não é mais um entrave.
Procurado pelo A TARDE, o presidente do PP na Bahia, João Leão, disse que mesmo que Bolsonaro volte para o PP, a aliança da sigla com o PT vai continuar no estado.
“Mesmo que o presidente Jair Bolsonaro volte ao Progressistas, meu interesse aqui na Bahia é seguir apoiando o grupo político que fazemos parte e governa a Bahia há 14 anos. Nossa aliança com PT, PSD, PSB, PCdoB e todas as demais siglas que compõem a base aliada do governo baiano não será abalada”.
Além de comandar a Câmara, o PP tem a quarta maior bancada da Casa, com 42 deputados. Também tem a quarta maior bancada do Senado, com 7 parlamentares.
Antes de avançar nas conversas com o PP, Bolsonaro negociou o ingresso em várias outras legendas, como PRTB, Patriota e PTB. Tanto no PTB quanto no Patriota, a possibilidade de filiação de Bolsonaro acentuou crises internas.
Em toda a sua carreira, Jair Bolsonaro esteve filiado a cinco partidos diferentes: PP, PFL, PTB, PSC e PSL.