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‘Maia tem de me respeitar como chefe do Executivo’, diz Bolsonaro

Foto: CNN Brasil

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse em entrevista exclusiva à CNN que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), deve respeitá-lo. “O Maia tem de me respeitar como chefe do Executivo”, disse. A afirmação foi feita após Bolsonaro ser questionado se haveria uma conversa entre os poderes para que haja uma contenção visando a recuperação do valor que está sendo usado para a saúde. “O que nós projetamos de economia com a reforma da Previdência praticamente foi engolido em poucos meses. Não vou trair a minha consciência e deixar de falar a verdade. Eu lamento a posição do Rodrigo Maia nessas questões. Lamento muito a posição dele, que resolveu assumir o papel do Executivo com ataques bastante contudentes à nossa posição”, disse.

“Ele tem que entender que ele é o chefe do Legislativo, e ele tem que me respeitar como chefe do Executivo. Lamentavelmente, não o Congresso ou a Câmara dos Deputados. O senhor Rodrigo Maia é que resolveu não conversar com mais ninguém”, disse.

“O Brasil não merece a atuação dele na Câmara. Péssima sua atuação”, disse. “Não estou rompendo com o parlamento, não”, acrescentou. “Ele não pode jogar todos os governadores contra mim, fazendo o Senado aprovar essa proposta sem contrapartida. A gente até que ponto pode chegar essa despesa, vai ultrapassar R$ 100 bilhões. Qual é o objetivo do senhor Rodrigo Maia? Resolver o problema ou atacar o presidente da República?”, disse.

“Parece que estão querendo me tirar do governo. Parece que é isso daí, quero crer que esteja equivocado, mas os números fazem parecer isso aí. O ministro [da Economia] Paulo Guedes não tem mais contato com o Rodrigo Maia, ele é o dono da pauta”, acrescentou.

“Não parece que ele quer amenizar os problemas, combater o vírus, não deixar que a economia vá para o espaço. Ele quer atacar o governo federal, enfiando a faca no governo federal para resolver os problemas de outro lado.”

Mudança ministerial

No início da entrevista, Bolsonaro foi questionado se a mudança no comando do Ministério da Saúde iria afetar o combate à COVID-19. “Não, muito pelo contrário, você combate o coronavírus evitando que haja um crescimento do desemprego. Consenso é que 60% ou 70% da população vai ser contagiada, e somente depois disso que podemos dizer que o Brasil está imune ao vírus. Nós não podemos esquecer a questão da economia”, disse.

O presidente disse que gostaria que as medidas de isolamento social fossem baixadas. “Não estamos ignorando os fatos. A economia tem que voltar a funcionar. Não podemos perder milhares de empregos por dia. Em comum acordo, um planejamento bastante meticuloso, começar a reabrir o comércio. Se bem que a decisão disso passa basicamente pelos governadores e prefeitos”, disse.

Ele acrescentou que pretende enviar um projeto de lei para o Congresso “definindo mais claramente o que são as profissões essenciais do Brasil”. “O Parlamento vai decidir se concorda ou não. Mas obviamente vai ter que votar com urgência esse projeto.”


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