Faltando apenas 18 dias para o auxílio emergencial chegar ao fim, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem sendo pressionado cada dia mais para prorrogar os pagamentos do programa. Isso porque a solução apresentada por ele, o Auxílio Brasil, segue empacada. O Estadão informa que auxiliares do ministro negaram a possibilidade um novo crédito extraordinário, o que possibilitaria que as despesas ficassem fora do teto de gastos (a regra prevista na Constituição que fixa um limite anual de despesas com base na variação da inflação).
O secretário especial de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, por exemplo, teria deixado claro em encontro fechado que não assinará uma prorrogação do auxílio. Sem sua assinatura, é impossível que o programa avance.
Já Guedes falou na terça-feira (12) à TV norte-americana Bloomberg e disse que pode prorrogar o auxílio emergencial caso surja uma nova variante da Covid-19. No entanto, fez questão de ressaltar que, até então, não é esse o cenário.
Pressão
O impasse com as duas fontes de recurso para financiar o Auxílio Brasil continua. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios e a reforma do Imposto de Renda não avançaram neste mês. Segundo cálculos da pasta da Economia, o espaço no Orçamento seria de R$ 50 bilhões, mas o Palácio do Planalto e lideranças do Centrão querem mais.
Além do aumento do Bolsa Família, de R$ 190 para R$ 300, os parlamentares cobram a criação de um “vale-gás” para a população de baixa renda. Cerca de 14,6 milhões de pessoas seriam beneficiadas em pleno ano eleitoral, já que o programa deve durar 15 meses. A ala política do governo está preocupada que o elevado preço do gás afete sua popularidade.