O governador da Bahia, Rui Costa (PT), autorizou, apenas para Salvador, a venda de bebidas alcoólicas aos fins de semana e a mudança no horário do toque de recolher, que passa a ser das 22h às 5h. Além dessas medidas, a gestão estadual permitiu o retorno das aulas semipresenciais na capital baiana, que já tinham sido retomadas por decreto municipal na segunda-feira (3). As regras passam a valer já a partir desta quarta-feira (5). As mudanças nas medidas restritivas foram possíveis por causa de uma manobra feita pelo governo estadual nas normas para avanço das fases da retomada econômica na capital baiana.
Um decreto estadual publicado no domingo (2) autorizava a ampliação do toque de recolher e a permissão de venda de bebidas aos fins de semana apenas para os municípios que atingissem 75% de ocupação de leitos de UTI adulto exclusivos para Covid-19 por cinco dias consecutivos. Salvador teve quatro dias seguidos com taxa igual ou menor que esta, mas, na segunda (3) e na terça (4), o percentual voltou a ficar acima dos 75%, o que não permitiria a volta.
No entanto, o governo baiano alterou o decreto nesta quarta, dando um “empurrãozinho” para a capital baiana. Permitiu uma oscilação de até 5% na ocupação de UTIs, para além dos 75% já fixados. Assim, se a taxa chegasse a 80%, as mudanças estariam autorizadas, o que ocorreu. Para o resto da Bahia, não há colher de chá: a norma dos 75% permanece a mesma, sem a “tolerância” dos 5%.
Para o prefeito Bruno Reis (DEM), as alterações alinham os parâmetros usados pelo governo estadual com os da prefeitura. “O governador, nesse novo decreto, enfatiza que as medidas adotadas em Salvador são com base na ocupação dos leitos de UTI de Salvador, não da região Leste, região de saúde da qual Salvador faz parte”, afirmou. Ainda segundo ele, a permissão da venda de bebidas e a mudança no horário do toque de recolher, que era de 21h às 5h e passa a ser das 22h às 5h, foram medidas “acertadas”. “Os números hoje permitem isso.” (Atualizada às 11h23 para acrescentar a declaração de Bruno Reis sobre as mudanças estabelecidas pelo governo do estado)