A chapa governista na Bahia não está nem começando a ser desenhada. Tudo pode acontecer. Conforme apurado pelo BNews junto às pessoas que participam diretamente da negociação, o governador Rui Costa (PT) ainda tenta convencer o senador Jaques Wagner (PT) a voltar atrás da sua decisão, com objetivo de voltar a unificar a base. Nesta segunda-feira (7), logo após Wagner antecipar na Rádio Metrópole que Rui iria até o final do mandato, pegando inclusive até João Leão (PP) de surpresa, Rui teve um encontro com o pepista e pediu um “tempo” a ele para tentar equacionar o imbróglio. A ideia do governador é executar os planos A e B, que atualmente envolvem a candidatura de Wagner à cabeça de chapa.
O plano A consiste na chapa dos sonhos. Wagner candidato ao governo, Otto Alencar (ou Otto Filho) postulante a vice e Rui Costa no Senado Federal. O PP, neste cenário, abriria mão da majoritária.
Já o plano B seria Wagner candidato ao governo, Otto no Senado Federal e o deputado federal Ronaldo Carletto indicado do PP a vice. Nesta conjuntura, de forma mais remota, Rui Costa poderia disputar a Câmara Federal para arrumar o partido e puxar votos. Rui deu um prazo até 13 de março (domingo) para definir e anunciar a chapa completa.
Na avaliação de pepistas, a declaração de Wagner na Metrópole foi um recado interno para o PT, e não para o grupo. O senador teria sido pressionado pelo PT e jogou para sua torcida. No entanto, o reflexo desta decisão não pegou bem na base aliada. Muitos deputados expuseram a vontade de sair do grupo e migrar para a base do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, caso a configuração permaneça a mesma.
Leão tem o PP nas mãos. Caso o partido decida aceitar o acordo com Rui ou desembarque da base e migre para Neto, a legenda vai marchar em bloco com o vice-governador. Mas antes de iniciar uma conversa à vera com Neto, o partido vai esperar a decisão do governador.
Conforme apurado pelo BNews, Leão vai desembarcar nesta terça (8) em Brasília e deve ter um encontro com o ex-presidente Lula e com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ex-presidente nacional do PP, mas quem ainda dar as cartas na sigla.